segunda-feira

ARTES PLÁSTICAS - Mané do Café, Dona Peta e Mirah











DONA PETA
“Eu só queria ser pintora, passar para a tela os desenhos que faço ao longo da vida como um diário que, invés de escrito é desenhado, mas dizem que sou artista-plástica. Uns entendidos dizem que eu faço Arte Bruta e eu fiquei sabendo que essa é a arte dos pacientes dos hospitais psiquiátricos, ora, eu estive na prisão, não num manicómio. Se bem que seja porque não calhou. De qualquer forma, cá estou eu, desaparecida, mas dando o ar da graça sob a responsabilidade do Mané, esse meu anjinho que me caiu do céu, como não canso de dizer. Se alguém quiser saber mais sobre a minha pessoa, no blog está publicado o livro Dona Peta - Conto Minha Vida.”

E no blog ( http://www.myspace.com/donapeta ), pacientemente tecido pelo amigo Mané, entre mil e uma aventuras e desventuras de uma vida sofrida mas intensa (ou vice-versa), entre Portugal e Brasil, lá está uma pontinha do véu , talvez uma pista, sobre porquê e por onde andará Dona Peta desaparecida nos dias de hoje:

“Mané do Café - - Gostava de lá voltar?
Dona Peta - Sim. Mas gostava mesmo é de conhecer a Amazónia. Tu falas-me tanto de lá que já me imagino a passear por aqueles rios. Também gostava de ir ao Pantanal, mas por causa da novela. Mas, pelo que tu falas, penso que a Amazónia seja ainda mais bonita. Já sei, Mané. Quando começar a vender meus quadros, assim que o dinheiro der, eu vou conhecer a Amazónia. Se der, pago tua passagem. Se não, vou sozinha”

(in “Dona Petta - Conto Minha Vida”, de Mané do Café”)

MIRAH
Miracelia de Freitas Fragoso, natural do Estado do Acre, na Amazónia Brasileira, desde criança esteve ligada à Música. Foi aluna e assistente da professora Elais Meira. Ao concluir o 2º Grau, passou a ministrar aulas de Dança para escolas da Rede de Ensino Básico. Foi coordenadora da Área de Teatro da Fundação Cultural do Acre e participante activa de vários eventos culturais e espectáculos de Música e Teatro. Em Portugal, onde reside desde 1990, profissionalizou-se como actriz e cançonetista e fez parte do elenco fixo da Associação de Teatro A Lanterna Mágica, de Lisboa. Com o nascimento da filha Ariane, viu-se forçada a afastar-se dos palcos e de outras actividades artísticas para além de uma oficina e um espectáculo realizados pelo actor André Gago, até que, no início de 1999, descobriu a emoção da Pintura, arte que passou a exercer intuitivamente e com incentivo de pintores como Mário Alberto e Edna de Araraquara. Sentindo necessidade de adquirir conhecimentos na nova arte, frequentou o atelier do pintor Zé Cordeiro. É membro embrionário do grupo de pintoras “As Viriatas”. Assina Mirah, Mirá (nas intervenções) ou Mira Fragoso. Pinta, mas tem na Música uma grande fonte inspiradora.

Sobre a pintura de Mirah, escreveu Nonato do Piauí: “ !Mira não procura, acha. Improvisa, sonha, descobre. Mas, mesmo quando busca e rebusca, sofre, trabalha, pesquisa, ainda assim, forja o milagre de parecer tudo tão simples. Tropeça na Física, mas abre portas à Filosofia. O impensável existe e o amorfo desenha o Mundo. Suas telas são palcos onde as cores “jazzeiam”.
MANÉ DO CAFÉ
Jorge Carlos Amaral de Oliveira Nasceu no Rio de Janeiro, a 23 de Julho de 1952. Despertou para as artes no Estado do Acre, na Amazónia Brasileira, o que o levou a abandonar o curso superior de Geografia para, a tempo integral, lançar mão das mais variadas formas de expressão artística e, através delas, gritar a sua indignação contra as injustiças para com as gentes e as matas do Acre. Ao profissionalizar-se nas artes cénicas, adoptou o pseudónimo de João Maiara e, em 1995, por sugestão do pintor Zé Cordeiro, passou a assinar os seus desenhos como Mané do Café. Fez de tudo nas artes e ainda foi jornalista, professor e animador cultural.

As suas pinturas em café já foram vstas nos mais variados lugares, no Brasil, em Portugal, en França e em Ingleterra, em exposições colectivas ou individuais. Aos mais distraídos ou porventura avessos a estas coisas das artes, recomenda-se alguma atenção aos pacotinhos de açúcar que rasgamos diariamente, para adoçar a bica, por que boa parte deles reproduzem justamente algumas das perspectives de Lisboa desenhadas - a café, como é evidente - por esse honem do mundo que passou “de Jorge a Mané”, como ele póprio escreve em título no seu blog, com o humor inimitável que o caracteriza.

Mané do Café está representado no Museu Estadual do Acre, Brasil; Museu Municipal de Alcochete, Portugal; Secretaria da Indústria e Comércio do Acre; Serviço Social do Comércio do Acre; Tropicalp (Associação Suíça-Brasil) Lausanne, Suíça e sede da ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café) Rio de Janeiro, e ainda em Museus Particulares de Indústrias do Café (Portugal).

Sem comentários: