segunda-feira

SEMANA DO BRASIL - 28 de Julho a 03 de Agosto




28 DE JULHO A 3 AGOSTO
ARTES PLÁSTICAS - Mané do Café, Dona Peta e Mirah
Abertura 28 de Julho ás 18h 30; de 29 a Julho a 3 de Agosto das 14h 30m às 20h

28 DE JULHO
21h 30m - CINEMA - Projecção da longa metragem “Pélé Eterno”, de Aníbal Massaini Neto, sobre a vida e o talento genial do maior desportista do século.

29 E 30 DE JULHO
21h 30m - MÚSICA - Concerto com“Reco do Bandolim & Choro Livre”. Directamente do famoso Clube de Choro de Brasília para Lisboa, um dos mais prestigiados agrupamentos de Chorinho do Brasil. Imperdível!

31 DE JULHO
21h 30m - POESIA - “Vozes da Lusofonia”: Lauro Moreira interpreta poetas da Língua Portuguesa (Camões, Fernando Pessoa, Alda do Espírito Santo, Alda Lara, Jorge Barbosa, Castro Alves, Manuel Bandeira, entre outros). Imperdível!

01 DE AGOSTO
20h - GASTRONOMIA - Jantar Tradicional Brasileiro
21h 30m - CINEMA - “Lunário Perpétuo”: documentário do fantástico espectáculo de António Nóbrega, consagrado compositor, cantor, instrumentista e bailarino. Uma das mais importantes personalidades da cultura brasileira. Dirigido por Walter Carvalho.

02 DE AGOSTO
20h - GASTRONOMIA - Jantar Tradicional Brasileiro
21h 30m - CINEMA - “Moro no Brasil”: surpreendente longa metragem do finlandês Mika Kaurismaki sobre a música popular brasileira. Filme seleccionado para os Festivais Internacionais de Cinema Berlim, S. Francisco e Melbourne.

03 DE AGOSTO
18h 30m - CINEMA - "Até Onde a Vista Alcança", de Filipe Peres Calheiro: Um comovente documentário sobre uma comunidade de quilombolas (habitantes dos quilombos, nome pelo qual são conhecidas as comunidades de descendentes de escravos africanos no Brasil) do interior de Pernambuco, que se organiza para concretizar um velho anseio colectivo - a primeira viagem ao Litoral. Filme Premiado no Festival Camera Mundo (Holanda).

"O Homem da Mata", de António Luiz Carrilho - José Borba da Silva, cantor, canavieiro e pai de santo, interpreta Jack - um vingador justiceiro - defensor dos canavieiros da zona da mata de Pernambuco. Filme premiado em diversos festivais, incluindo o festival de Brasília (o mais importante do país) e o Curta Cinema no Rio de Janeiro.

ARTES PLÁSTICAS - Mané do Café, Dona Peta e Mirah











DONA PETA
“Eu só queria ser pintora, passar para a tela os desenhos que faço ao longo da vida como um diário que, invés de escrito é desenhado, mas dizem que sou artista-plástica. Uns entendidos dizem que eu faço Arte Bruta e eu fiquei sabendo que essa é a arte dos pacientes dos hospitais psiquiátricos, ora, eu estive na prisão, não num manicómio. Se bem que seja porque não calhou. De qualquer forma, cá estou eu, desaparecida, mas dando o ar da graça sob a responsabilidade do Mané, esse meu anjinho que me caiu do céu, como não canso de dizer. Se alguém quiser saber mais sobre a minha pessoa, no blog está publicado o livro Dona Peta - Conto Minha Vida.”

E no blog ( http://www.myspace.com/donapeta ), pacientemente tecido pelo amigo Mané, entre mil e uma aventuras e desventuras de uma vida sofrida mas intensa (ou vice-versa), entre Portugal e Brasil, lá está uma pontinha do véu , talvez uma pista, sobre porquê e por onde andará Dona Peta desaparecida nos dias de hoje:

“Mané do Café - - Gostava de lá voltar?
Dona Peta - Sim. Mas gostava mesmo é de conhecer a Amazónia. Tu falas-me tanto de lá que já me imagino a passear por aqueles rios. Também gostava de ir ao Pantanal, mas por causa da novela. Mas, pelo que tu falas, penso que a Amazónia seja ainda mais bonita. Já sei, Mané. Quando começar a vender meus quadros, assim que o dinheiro der, eu vou conhecer a Amazónia. Se der, pago tua passagem. Se não, vou sozinha”

(in “Dona Petta - Conto Minha Vida”, de Mané do Café”)

MIRAH
Miracelia de Freitas Fragoso, natural do Estado do Acre, na Amazónia Brasileira, desde criança esteve ligada à Música. Foi aluna e assistente da professora Elais Meira. Ao concluir o 2º Grau, passou a ministrar aulas de Dança para escolas da Rede de Ensino Básico. Foi coordenadora da Área de Teatro da Fundação Cultural do Acre e participante activa de vários eventos culturais e espectáculos de Música e Teatro. Em Portugal, onde reside desde 1990, profissionalizou-se como actriz e cançonetista e fez parte do elenco fixo da Associação de Teatro A Lanterna Mágica, de Lisboa. Com o nascimento da filha Ariane, viu-se forçada a afastar-se dos palcos e de outras actividades artísticas para além de uma oficina e um espectáculo realizados pelo actor André Gago, até que, no início de 1999, descobriu a emoção da Pintura, arte que passou a exercer intuitivamente e com incentivo de pintores como Mário Alberto e Edna de Araraquara. Sentindo necessidade de adquirir conhecimentos na nova arte, frequentou o atelier do pintor Zé Cordeiro. É membro embrionário do grupo de pintoras “As Viriatas”. Assina Mirah, Mirá (nas intervenções) ou Mira Fragoso. Pinta, mas tem na Música uma grande fonte inspiradora.

Sobre a pintura de Mirah, escreveu Nonato do Piauí: “ !Mira não procura, acha. Improvisa, sonha, descobre. Mas, mesmo quando busca e rebusca, sofre, trabalha, pesquisa, ainda assim, forja o milagre de parecer tudo tão simples. Tropeça na Física, mas abre portas à Filosofia. O impensável existe e o amorfo desenha o Mundo. Suas telas são palcos onde as cores “jazzeiam”.
MANÉ DO CAFÉ
Jorge Carlos Amaral de Oliveira Nasceu no Rio de Janeiro, a 23 de Julho de 1952. Despertou para as artes no Estado do Acre, na Amazónia Brasileira, o que o levou a abandonar o curso superior de Geografia para, a tempo integral, lançar mão das mais variadas formas de expressão artística e, através delas, gritar a sua indignação contra as injustiças para com as gentes e as matas do Acre. Ao profissionalizar-se nas artes cénicas, adoptou o pseudónimo de João Maiara e, em 1995, por sugestão do pintor Zé Cordeiro, passou a assinar os seus desenhos como Mané do Café. Fez de tudo nas artes e ainda foi jornalista, professor e animador cultural.

As suas pinturas em café já foram vstas nos mais variados lugares, no Brasil, em Portugal, en França e em Ingleterra, em exposições colectivas ou individuais. Aos mais distraídos ou porventura avessos a estas coisas das artes, recomenda-se alguma atenção aos pacotinhos de açúcar que rasgamos diariamente, para adoçar a bica, por que boa parte deles reproduzem justamente algumas das perspectives de Lisboa desenhadas - a café, como é evidente - por esse honem do mundo que passou “de Jorge a Mané”, como ele póprio escreve em título no seu blog, com o humor inimitável que o caracteriza.

Mané do Café está representado no Museu Estadual do Acre, Brasil; Museu Municipal de Alcochete, Portugal; Secretaria da Indústria e Comércio do Acre; Serviço Social do Comércio do Acre; Tropicalp (Associação Suíça-Brasil) Lausanne, Suíça e sede da ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café) Rio de Janeiro, e ainda em Museus Particulares de Indústrias do Café (Portugal).

CINEMA - “Pélé Eterno”, de Aníbal Massaini Neto




Quem é o maior jogador de futebol de todos os tempos? A pergunta é complicada de responder principalmente por que se jogava, há algumas décadas, utilizando-se muito menos preparo físico do que hoje em dia. Assistir agora às partidas da Copa de 70, por exemplo, dá sono. O jogo era muito mais lento do que o que se pratica atualmente – digam o que disserem. Mesmo tendo isso em mente, é impossível não se maravilhar com as jogadas de Pelé Eterno. O ponto alto do brilhante documentário de Aníbal Massaíni sobre Pelé é a pesquisa de registros filmados de jogadas do grande craque – o diretor chegou a buscar fitas com lances do jogador em diversos países do mundo. O resultado é deslumbrante. Ao contrário dos documentários e reportagens de sempre (que costumam passar as mesmas jogadas do Rei do Futebol), a quantidade de lances raros – que pouquíssimas pessoas da minha idade, por exemplo, já tinham visto – presentes em Pelé Eterno é simplesmente extraordinária. São mostrados cerca de 400 gols, além de diversos lances como dribles, passes, faltas e mesmo jogadas onde ele ajudava na defesa. O que Pelé fazia com a bola era praticamente inacreditável: chutes com as duas pernas, de perto e de longe do gol; cabeçadas certeiras; dribles fantásticos que deixavam filas de marcadores para trás; passes perfeitos para companheiros melhor colocados; gols de falta; dribles utilizando as pernas dos adverários (?!) para a sua própria progressão. Seqüências espantosas de lances espetaculares fazem com que o público ria de felicidade em diversos momentos do documentário. Mas Pelé Eterno não mostra apenas as jogadas do craque. O filme conta a história de Pelé a partir de depoimentos (inclusive do próprio jogador) e imagens de arquivo. O tom do documentário é laudatório além da conta, o que cansa um pouco. Mas, verdade seja dita, o próprio Édson Arantes do Nascimento quis que fossem citados alguns pontos obscuros de sua biografia, como o fato dele só ter reconhecido judicialmente uma das filhas de fora do casamento e alguns problemas com negócios [só que o escândalo do desvio de dinheiro da Fifa não é comentado]. Bastante interessantes, por outro lado, são os trechos que apresentam fatos lendários da carreira do craque. Como uma vez em que a ida de Pelé ao Congo fez com que as partes em conflito em uma guerra travassem um armistício. E o caso de um jogo na Colômbia, onde a torcida "expulsou" um juiz que expulsara o grande jogador do Santos – o público local, afinal de contas, tinha ido ao estádio para ver o craque e não o juiz. Somando tudo, Pelé Eterno é um filme obrigatório para quem gosta de futebol. Mesmo para aqueles que não gostam do homem Édson Arantes do Nascimento.

in www.bacana.mus.br

RECO DO BANDOLIM & Grupo “Choro Livre”




Henrique Lima Santos Filho, o Reco do Bandolim, é baiano de Salvador. Chegou a Brasília em 1963 e quando adolescente participou de bandas de rock, nos primórdios do movimento musical que projetaria a cidade na década de 80. Mas a descoberta do bandolim e os discos do mestre Jacob Bitencourt despertaram uma paixão definitiva pelo Choro, e a guitarra foi definitivamente aposentada.
Participou do grupo de fundadores do Clube do Choro de Brasília, em 1978, e forjou seu estilo em rodas musicais ao lado dos mestres Waldyr Azevedo, Avena de Castro, Odete Ernest Dias, Bide e Pernambuco do Pandeiro. Presidente do Clube do Choro de Brasília e fundador da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, Reco do Bandolim é ainda jornalista profissional, mas — até para fazer jus ao apelido — não descuida de sua “porção” instrumentista.
Dono de um estilo refinado, de interpretações elaboradas, onde a emoção e a sensibilidade convivem com o requinte e o virtuosismo, Reco se declara um eterno discípulo de Jacob do Bandolim. Tem quatro discos gravados, dois pelo setor de pesquisas do Banco do Brasil e dois independentes, entre os quais se destaca o “Reco do Bandolim & Choro Livre”, com mais de cinco mil cópias vendidas. Aliás, a versão de “Retratos – Pixinguinha”, do mestre Radamés Gnatalli, constante desse CD, foi escolhida para figurar num disco que reúne as dez maiores interpretações de bandolinistas brasileiros.
Filho dileto do Clube do Choro de Brasília, o regional Choro Livre tem no seu batismo a tradução de como vê e toca o gênero: criativo e aberto a novas influências. Fiel à raiz, mas sem medo de dogmas, o conjunto "sacode a poeira e dá a volta por cima", fazendo uma leitura contemporânea dos clássicos do choro e complementando o repertório com novos autores e composições próprias.
O grupo já atuou ou dividiu o palco com monstros sagrado da MPB, de Nelson Cavaquinho a Clementina de Jesus, de Moraes Moreira a Armandinho, de Abel Ferreira a Paulo Sérgio Santos, de Raul de Barros a Dona Ivone de Lara, de Waldir Azevedo a Paulinho da Viola, de Hermeto Paschoal a Sivuca.Grupo de base de todos os projetos apresentados pelo Clube do Choro de Brasília, nas últimas sete temporadas, o Choro Livre acompanhou apresentações inesquecíveis de Altamiro Carrilho, Oswaldinho do Acordeon, Dominguinhos, João Donato, Época de Ouro, Cristóvão Bastos, Ginga, Wagner Tiso, Paulo Moura e outros bambas da nossa música popular.
O Choro Livre lançou dois CDs, gravados pelo selo Kuarup Discos, onde além de clássicos do gênero, apresenta composições próprias como "Moleque Ronaldinho" e "Siri com Toddy".
O Choro Livre é: Reco do Bandolim (bandolim), Henrique Neto (violão 7 cordas), Rafael dos Anjos (violão 6 cordas), Marcio Marinho (cavaquinho) e Tonho (pandeiro).
"Reco do Bandolim e grupo Choro Livre", segundo CD do regional, aposta no chamado sangue novo. “A gente tem a obra dos mestres como referência”, diz Reco. ”Mas no novo trabalho procuramos imprimir um sentido atual ao nosso repertório, sem qualquer rejeição ao tradicional.” Este foi o ponto de partida do CD, que tem 14 faixas, e apenas uma releitura de "Na baixa do Sapateiro" (Ary Barroso) entre as mais conhecidas do grande público. As demais músicas foram garimpadas pelos integrantes do conjunto. Os choros "Novato" (Esmeraldino Sales) e "Ela e Eu" (Osvaldo Colagrande) foram descobertas pelo violonista Alencar Sete Cordas, ex-integrante do grupo, que as escutou numa rádio do interior durante uma madrugada de insônia.
Já "Meu Rádio, Meu Mulato" (Herivelto Martins) foi encontrada por Reco no acervo da Rádio Nacional AM. "Não é um choro, nem é parte do repertório mais conhecido de Hrivelto. Mas como o chorinho, segundo Paulinho da Viola, é mais uma maneira de tocar do que um gênero musical, ‘Meu Rádio...’ é uma composição que se identifica com o espírito do choro. Por isso fizemos um arranjo e a incluímos no CD".
Outra faixa, "Estamos Aí", de Maurício Einhorn, que chegou a ser um dos “hits” da bossa nova, mereceu o mesmo tratamento. Sem desmerecer aos tradicionais aficcionados do Choro, mais acostumados ao repertório tradicional, o CD "Reco e Choro Livre" procura inovar, buscando atingir também o público jovem.A nova geração tem marcado sua presença nas apresentações dos projetos do Clube do Choro de Brasília. Este novo trabalho é, também, uma homenagem e um reconhecimento a ela, que tem revelado grande interesse pelo gênero, como expressam os mais de 250 alunos inscritos na Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello e os mais de 500 candidatos que aguardam vaga para se matricula.

POESIA - VOZES DA LUSOFONIA POR LAURO MOREIRA




O embaixador Lauro Moreira chefia actualmente a Missão Diplomática do Brasil junto da CPLP, em Lisboa. Homem desde sempre ligado ás artes, tem imprimido um forte cariz cultural á acção da Missão que dirige, a exemplo do que tem sido seu timbre em todos os países onde exerceu funções.
Entre os inúmeros projectos artísticos a que esteve ou está ligado, dois merecem especial destaque - o grupo musical “Solo Brasil” e o recital “Manoel Bandeira, o poeta em Botafogo” . Com o primeiro, uma iniciativa do departamento cultural do Ministério das Relações Exteriores do Brasil para divulgação internacional da música brasileira, concebeu e coordenou o espectáculo “Uma Viagem Através da Músico do Brasil”, apresentado em diversos países e mais tarde registado em CD. Com o segundo, desenvolvido em 2005 a partir da edição em CD de um conjunto de poemas ditos pelo poeta, gravados numa velha bobina pelo próprio Lauro e preciosamente guardados pelo diplomata durante muitos anos, efectuou diversas apresentações tanto no Brasil como no exterior, dizendo ele próprio os poemas de Bandeira, acompanhado ao piano por Sónia Vieira.
Surge agora a oportunidade de apresentarmos, no Ciclo “Lusofonias” um dos mais recentes projectos artísticos de Lauro Moreira - o recital de poesia “Vozes da Lusofonia”, numa linha de coerência de percurso pessoal, de convicções e de afirmação da importância da cultura enquanto elemento central da diplomacia e do relacionamento entre os povos, que deve ser aplaudida fortemente. E replicada.