segunda-feira

RECO DO BANDOLIM & Grupo “Choro Livre”




Henrique Lima Santos Filho, o Reco do Bandolim, é baiano de Salvador. Chegou a Brasília em 1963 e quando adolescente participou de bandas de rock, nos primórdios do movimento musical que projetaria a cidade na década de 80. Mas a descoberta do bandolim e os discos do mestre Jacob Bitencourt despertaram uma paixão definitiva pelo Choro, e a guitarra foi definitivamente aposentada.
Participou do grupo de fundadores do Clube do Choro de Brasília, em 1978, e forjou seu estilo em rodas musicais ao lado dos mestres Waldyr Azevedo, Avena de Castro, Odete Ernest Dias, Bide e Pernambuco do Pandeiro. Presidente do Clube do Choro de Brasília e fundador da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, Reco do Bandolim é ainda jornalista profissional, mas — até para fazer jus ao apelido — não descuida de sua “porção” instrumentista.
Dono de um estilo refinado, de interpretações elaboradas, onde a emoção e a sensibilidade convivem com o requinte e o virtuosismo, Reco se declara um eterno discípulo de Jacob do Bandolim. Tem quatro discos gravados, dois pelo setor de pesquisas do Banco do Brasil e dois independentes, entre os quais se destaca o “Reco do Bandolim & Choro Livre”, com mais de cinco mil cópias vendidas. Aliás, a versão de “Retratos – Pixinguinha”, do mestre Radamés Gnatalli, constante desse CD, foi escolhida para figurar num disco que reúne as dez maiores interpretações de bandolinistas brasileiros.
Filho dileto do Clube do Choro de Brasília, o regional Choro Livre tem no seu batismo a tradução de como vê e toca o gênero: criativo e aberto a novas influências. Fiel à raiz, mas sem medo de dogmas, o conjunto "sacode a poeira e dá a volta por cima", fazendo uma leitura contemporânea dos clássicos do choro e complementando o repertório com novos autores e composições próprias.
O grupo já atuou ou dividiu o palco com monstros sagrado da MPB, de Nelson Cavaquinho a Clementina de Jesus, de Moraes Moreira a Armandinho, de Abel Ferreira a Paulo Sérgio Santos, de Raul de Barros a Dona Ivone de Lara, de Waldir Azevedo a Paulinho da Viola, de Hermeto Paschoal a Sivuca.Grupo de base de todos os projetos apresentados pelo Clube do Choro de Brasília, nas últimas sete temporadas, o Choro Livre acompanhou apresentações inesquecíveis de Altamiro Carrilho, Oswaldinho do Acordeon, Dominguinhos, João Donato, Época de Ouro, Cristóvão Bastos, Ginga, Wagner Tiso, Paulo Moura e outros bambas da nossa música popular.
O Choro Livre lançou dois CDs, gravados pelo selo Kuarup Discos, onde além de clássicos do gênero, apresenta composições próprias como "Moleque Ronaldinho" e "Siri com Toddy".
O Choro Livre é: Reco do Bandolim (bandolim), Henrique Neto (violão 7 cordas), Rafael dos Anjos (violão 6 cordas), Marcio Marinho (cavaquinho) e Tonho (pandeiro).
"Reco do Bandolim e grupo Choro Livre", segundo CD do regional, aposta no chamado sangue novo. “A gente tem a obra dos mestres como referência”, diz Reco. ”Mas no novo trabalho procuramos imprimir um sentido atual ao nosso repertório, sem qualquer rejeição ao tradicional.” Este foi o ponto de partida do CD, que tem 14 faixas, e apenas uma releitura de "Na baixa do Sapateiro" (Ary Barroso) entre as mais conhecidas do grande público. As demais músicas foram garimpadas pelos integrantes do conjunto. Os choros "Novato" (Esmeraldino Sales) e "Ela e Eu" (Osvaldo Colagrande) foram descobertas pelo violonista Alencar Sete Cordas, ex-integrante do grupo, que as escutou numa rádio do interior durante uma madrugada de insônia.
Já "Meu Rádio, Meu Mulato" (Herivelto Martins) foi encontrada por Reco no acervo da Rádio Nacional AM. "Não é um choro, nem é parte do repertório mais conhecido de Hrivelto. Mas como o chorinho, segundo Paulinho da Viola, é mais uma maneira de tocar do que um gênero musical, ‘Meu Rádio...’ é uma composição que se identifica com o espírito do choro. Por isso fizemos um arranjo e a incluímos no CD".
Outra faixa, "Estamos Aí", de Maurício Einhorn, que chegou a ser um dos “hits” da bossa nova, mereceu o mesmo tratamento. Sem desmerecer aos tradicionais aficcionados do Choro, mais acostumados ao repertório tradicional, o CD "Reco e Choro Livre" procura inovar, buscando atingir também o público jovem.A nova geração tem marcado sua presença nas apresentações dos projetos do Clube do Choro de Brasília. Este novo trabalho é, também, uma homenagem e um reconhecimento a ela, que tem revelado grande interesse pelo gênero, como expressam os mais de 250 alunos inscritos na Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello e os mais de 500 candidatos que aguardam vaga para se matricula.

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